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Chapter 7 - Adeus ao Mundo Antigo

Cheguei em casa exausto, com os pensamentos girando.

A luz do apartamento minúsculo estava fraca, e o som da televisão velha preenchia o silêncio.

No sofá, enrolada em um cobertor, minha irmã Eunha sorriu quando me viu.

— Bem-vindo, oppa.

Sentei ao lado dela, tentando não deixar o nervosismo transparecer.

— Eunha... — comecei, segurando sua mão fria — Eu consegui uma nova oportunidade.

Seus olhos brilharam, curiosos.

— Oportunidade?

Assenti.

— Um trabalho. Melhor.

Muito perigoso, mas... vai nos dar dinheiro suficiente para seu tratamento.

Ela mordeu o lábio inferior, preocupada.

— Você vai se machucar?

Sorri para tranquilizá-la.

Não podia deixá-la sentir medo.

— Vou ficar bem.

E, além disso... — levantei o pequeno relógio de bolso que Baek me deu — ...prometi que vou voltar para te ver todos os dias.

Ela tocou o relógio com os dedos finos e trêmulos, como se fosse um tesouro.

— Então eu vou esperar. Todos os dias, oppa.

Seu sorriso era fraco, mas verdadeiro.

E por esse sorriso, eu enfrentaria qualquer inferno.

No dia seguinte, fui até o restaurante onde trabalhava pela última vez.

O lugar, apertado e gorduroso, parecia ainda mais sujo do que antes.

O chefe — um homem baixo, gordo e de cara vermelha — estava no balcão, como sempre.

Quando anunciei minha demissão, ele explodiu.

— Hã?! Você acha que pode sair assim, seu inútil?

Você mal presta para lavar pratos, acha que vai fazer o quê?

Virar empresário? Caçador? — ele gargalhou, cuspindo saliva.

Mordi a língua para não responder.

Apenas tirei o avental sujo, dobrei cuidadosamente e coloquei no balcão.

— Obrigado pela oportunidade — disse, me curvando levemente.

Sem esperar resposta, saí pela porta, ignorando os gritos atrás de mim.

Aquele lugar era o símbolo da vida miserável que eu deixava para trás.

E agora, eu estava livre.

No segundo dia, acordei cedo, antes mesmo do sol nascer.

Vesti minha única roupa decente: uma calça jeans gasta e uma camiseta preta.

No bolso, o relógio de bolso.

A rua ainda estava silenciosa quando caminhei até o ponto de encontro.

O Armazém 7 parecia ainda mais sombrio de manhã.

Mas ali, encostado contra a parede, com seu eterno chapéu de palha e um sorriso preguiçoso no rosto, estava Baek Hojin.

— Você veio — disse ele, como se duvidasse que eu teria coragem.

Assenti, firme.

— Estou pronto.

Ele riu, batendo nas próprias coxas como se achasse tudo hilário.

— Vamos ver se está mesmo.

Virou-se e começou a caminhar em direção à entrada escura do armazém.

Respirei fundo.

Sem arrependimentos.

Sem voltar atrás.

E o segui.

Para o novo mundo que me esperava.

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